Israel continua a bloquear a entrada de centenas de jornalistas em Gaza. “É uma tentativa de manipular a imprensa, não sei como pode ser visto de outra maneira”, disse ontem à noite ao Público Glenys Sugarman, da Associação de Jornalistas Estrangeiros baseada em Israel.
Quando a guerra começou e o governo israelita impediu repórteres, esta associação recorreu ao Supremo Tribunal de Israel e conseguiu uma decisão para oito jornalistas estrangeiros entrarem por dia. “Essa decisão foi ignorada até há três dias.” Depois do cessar fogo foi acordado que diariamente entrariam seis jornalistas na lista da associação, mais dois indicados pelo centro de imprensa israelita que dá todas as acreditações. Um total de 24 jornalistas terão entrado. Mas o centro de imprensa fala em 650 à espera. A associação, que tem 480 membros, calcula que o total de correspondentes ande pelos 800, fora enviados especiais.
Israel diz que o bloqueio é para não pôr em risco os jornalistas. Glenys contesta: “O que acontece quando há guerra é que o jornalista assina um papel que isenta Israel de responsabilidades.”
Mark Regev, porta-voz do governo, disse ao Público que o bloqueio se mantém porque Israel ainda tem tropas dentro que podem ser atacadas e pôr em risco os jornalistas. Quando a retirada terminar, “dentro de um dia ou dois”, acrescentou, “é possível que esta medida seja revista”.
A.L.C., em Jerusalém
(publicado a 21 de Janeiro na edição impressa do Público)
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1 comment:
Que o bloqueio de Israel aos jornalistas seja uma tentativa de evitar que estes sejam manipulados pelo Hamas como foram pelo Hezbolah no Líbano, acredito. Que seja para Israel manipular os jornalistas não me parece, pois deste os números são dados pelos palestinianos e os jornalistas revoltam-se sempre contra restrições, por isso onde está a manipulação? Para isso era preciso que não estivessem nenhuns jornalistas em Gaza, mas estiveram sempre lá jornalistas palestinianos.
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