Feb 6, 2009

O terceiro lugar nas eleições ainda não é certo

Análise

Alexandra Lucas Coelho, Ashdod

As sondagens dão o Likud em primeiro, o Kadima em segundo, a curta distância, e o Yisrael Beytanu, de Avigdor Lieberman, em terceiro. Só depois vem o Partido Trabalhista, que durante os primeiros 30 anos de Israel foi dominante.

É uma viragem à direita, acentuada pela guerra de Gaza. E um dos mais lidos analistas políticos, Nahum Barnea, do jornal Yedioth Aharonot, não tem dúvidas de que "Lieberman vai conseguir uma votação impressionante, sim", mas não é seguro que consiga o terceiro lugar.

"As sondagens são um problema em Israel", explica Barnea. "As pessoas estão cépticas, tão cínicas em relação à política que não se expõem. Militantes da Rússia dizem que ainda não decidiram ou então enganam. Tornou-se uma piada."

Este analista não confia nos números, confia na tendência. E a tendência é uma subida de Lieberman. "Se nas anteriores eleições ele já tinha conseguido os votos russos, agora está a conseguir jovens votantes nascidos em Israel, e soldados, veteranos, que tendem a ser mais à direita que o establishment. O Likud de Bibi é parte do establishment."

Mas Lieberman está também a conseguir votos tradicionais do Likud.

Ontem, Netanyahu declarou-se pronto a oferecer um ministério "importante" a Lieberman. Segundo o Yedioth Ahronot, Lieberman quereria a Defesa, o que não será provável.

Mas tudo isto são especulações muito à frente dos resultados.

Devido ao sistema eleitoral israelita, não haverá um governo "antes de meio de Março", ressalva Barnea.

Há duas batalhas. Uma está em curso, é a batalha pela vitória nas eleições. Outra será em torno dos vários cenários de coligação.

Barnea aponta 70 por cento de hipóteses de Bibi formar governo, contra 30 de Tzipi Livni. E resta em aberto que tipo de governo poderá Bibi formar. "Ele prefere um governo de unidade nacional a um governo de direita", diz Barnea. Não é uma questão ideológica, é pragmática. "Prefere aquele que seja mais forte."

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