O uso de bombas de fósforo branco feito por Israel durante a guerra constitui "uma clara violação da Convenção de Genebra", disse ontem ao PÚBLICO Mark Galasco, o experiente investigador que a Human Rights Watch enviou com uma equipa para Gaza.
"Encontrámos inúmeras cápsulas de fósforo branco em áreas densamente povoadas", resume. "E encontrámos casas queimadas, civis com queimaduras graves, o hospital Al Quds que foi atingido por uma bomba de fósforo, uma escola da ONU..."
As provas, diz Galasco, tornaram-se "numerosas e inequívocas", ao ponto de Israel ser obrigado a admitir que usara fósforo branco. "Finalmente, depois de tanto tempo a avisá-los de que o perigo era tão grande, que podia continuar a matar pessoas."
Durante semanas Israel vedou a passagem de jornalistas e organizações internacionais. A Human Rights Watch entrou pelo Egipto, depois do fim da guerra. Tornou-se então claro, lê-se no site da organização, que a credibilidade das forças israelitas era uma das vítimas da guerra. E "o maior golpe", considera a Human Rights Watch, foi o caso do fósforo branco.
O que está por verificar é "se esta violação da Convenção de Genebra constitui um crime de guerra", diz Mark Galasco. Para haver crime de guerra, de acordo com este investigador, o ponto essencial é "que tem que ter havido intenção de atingir civis".
A Human Rights Watch apelara a uma investigação internacional das violações cometidas por Israel e pelo Hamas, e Galasco volta a sublinhar essa necessidade.
A.L.C.
(publicado em 28 de Janeiro na edição impressa do Público)
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
1 comment:
Israel saiu de Gaza em 2005 e desde essa data o Hamas lançou mais de 8,000 rockets para o sul de Israel. Cada rocket lançado contra população civil é um crime de guerra. Mas a ONU nunca exigiu que o Hamas fosse julgado por crimes de guerra. O Hamas usa civis palestinianos em Gaza — é ele próprio que o confirma orgulhosamente - e dispara rockets de zonas civis como escolas, hospitais e casas particulares. Também isto é um crime de guerra. Tem campos de treino para crianças, e programas infatins de TV que apelam à Intifada e ao martírio. Outro crime de guerra. Onde está a UNICEF?
O exército israelita tentou por várias formas evitar baixas entre a população civil de Gaza, largando milhares de panfletos e fazendo telefonemas para zonas específicas a avisar que ia atacar. Pediu que os civis se afastassem das zonas de lançamento de rockets. O ataque israelita não foi surpresa para ninguém, foi amplamente anunciado nas TVs, jornais, etc. Muitas vezes o exército suspendeu ataques ao constatar que havia civis em determinadas áreas. No entanto, a ONU que nada fez contra o Hamas. Porquê? Dois pesos e duas medidas.
Post a Comment